Uns quantos dizem-me que sou louco,
eu com esses não me chateio nem um pouco.
Outros dizem-me: Basta!
São aqueles que a minha insanidade afasta.
Outros perguntam-me: Porquê?
Não lhes respondo, não saberia o quê.
Outros esconjuram-me e mandam-me embora,
para onde, se eu já estou fora?
Há alguns que não se assustam,
há outros que não se atemorizam,
Eu para esses guardo-lhes o desdém
de quem lhes dá o nada que tem.
A todos os que indagam e divagam,
que amam e que odeiam,
eu sou aquele que destrói com palavras
qualquer resquício de existência vaga,
Sou o apogeu da loucura,
demência que não procura cura.
A todos vós, hipócritas deste mundo,
lego-vos o meu desprezo mais profundo.
Morram, morram longe de mim,
que tê-los ao perto é castração sem fim
para a imaginação e a melancolia
com que o filho da minha mãe nasceu um dia.
Morram longe, que não vos quero dar a ver
a alma desta minha forma de ser
que jamais poderão entender.
Vivo com esta fome que não consigo saciar,
que só há-de acabar quando a vida me deixar
e já não houverem palavras com que vos possa matar.
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