Despeço-me por fim. Não achei a vontade. O querer esfumou-se no ocaso desse dia em que a noite me abraçou. A minha alma confusa eclipsou-se nesse mesmo instante em que ao acordar se viu perdida, sem eira nem beira. Os acordes monocórdicos do silêncio serenaram a agitação exaltada que me animou o sono que dormi acordado. Hoje resto eu, isolado num mundo ao qual não pertenço, no qual não encaixo, que não entendo. Hoje faltas-me tu, falta-me a luz, falta-me o mundo. Inerte, amorfo, errante, descabido, errático, qualquer um se adequa, não há vida em mim que não seja tua. Nada mais resta nesta concha vazia que um dia por ti viveu. Não há mais nada em mim, sou uno com o vazio, chama extinta na ponta do pavio. Contigo senti o pulsar da vida, sem ti sinto a morte que se aproxima.
Sem comentários:
Enviar um comentário